Metropolis
Ano: 1927
Duração: 100 min
Direção: Fritz Lang
Música: Gottfried Huppertz
Alfred Abel - Johhah "Joh" Fredersen
Gustav Fröhlich - Freder Fredersen
Brigitte Helm - Maria / Robô
NOSSA NOTA: 9,3 Tak
Excepcional no filme: Como inovou no cenário e efeitos especiais / Expressionismo Alemão implantado.
Frase Marcante: "The mediator between head and hands must be the heart!"
Análise crítica do filme Metropolis, de Fritz Lang
por Mr. Raccoon
Filme alemão lançado em 1927, Metropolis foi a inspiração de diversos filmes feitos até hoje. Foi dirigido por Fritz Lang, austríaco, que implantou o célebre expressionismo alemão nesta sua obra que foi uma das primeiras sci-fi já feitas. Ela retomou a tecnologia originalmente publicada por H. G. Wells
Em Metropolis a sociedade apresenta um despotismo claro, em que uma classe social mais rica exerce poder até mesmo proprietário sobre a classe de trabalhadores. Os líderes fundadores trabalham na chamada Torre de Babel, edifício cérebro da cidade. Seu design foi inspirado na pintura de mesmo nome do pintor flamenco Peter Brueghel. Na Bíblia cristã essa torre foi construída após o dilúvio que dizimou a Terra, e o povo queria se certificar que viveria caso isso acontecesse novamente, então chegaram à solução de construir um edifício tão alto que tocaria as estrelas. Então é possível deduzir que, no filme, a sociedade estava tão degradada e a vida estava tão difícil que uma elite decidiu mudar tudo para melhor e se certificar que a sociedade não atingiria o ponto em que estava anteriormente. E, apenas como um símbolo, construíram a Torre de Babel, pois através dela e de seu funcionamento o mundo poderia viver de forma aprazível.
Os filhos dos fundadores da cidade não precisam trabalhar e podem desfrutar do Clube dos Filhos, um lugar hedonístico em que se pode relaxar e aproveitar a vida. Mas como se isso não fosse suficiente, há mais um espaço para agradar os afortunados filhos: Os Jardins Eternos. Dando-nos a idéia de um mundo perfeito, temos essa referência ao Jardim do Éden, lugar bíblico em que o homem e a mulher foram criados. E é neste lugar que Freder, filho do homem mais poderoso da Metrópole, conhece Maria, operária por quem se apaixona.
Maria é uma dos trabalhadores do subterrâneo, que devem operar máquinas 24 horas por dia para manter a refulgência da cidade. E é possível ver agora que há um lado obscuro por trás da gloriosa Metrópole: enquanto aqueles que têm mais poder podem viver em uma sociedade que apresenta todos os privilégios futurísticos, outros vivem nos subterrâneos desfrutando de todos os desagrados oferecidos pelo avanço da tecnologia.
Podemos ver como o Homem passa a depender drasticamente das máquinas no futuro. Ele vive em uma comodidade tão grande que não consegue mais viver sozinho, e é isso o que acontece quando tentamos melhorar nossa qualidade de vida sem pensar nas possíveis conseqüências. Na nossa época atual já estamos vivendo em uma sociedade que depende de computadores para o seu bom funcionamento, e que sem eles seria implantado o caos total no mundo. A Natureza provê para o Homem tudo que é necessário para sua sobrevivência, e apesar disso ele tem toda a capacidade que precisa para viver bem e harmoniosamente com a tecnologia, mas não sabe usar esse potencial.
Logo no início do filme vemos os operários entrando e saindo da fábrica, aqueles que entram andando mais rápido e os outros que saem do seu turno andam de forma cansada e devagar. É interessante ouvir a trilha sonora nestas cenas, pois ela assemelha-se a uma marcha fúnebre, ou seja, os trabalhadores não estão mais cientes e acordados para o que está acontecendo, e sim mortos, apenas cumprindo seus deveres sem contestar o motivo.
E quando esses pobres trabalhadores entram no elevador que os levará para seu destino, grades se levantam para proteger os que estão dentro, mas também nos remetendo à imagem de uma jaula, que prende e não dá alternativa àqueles que nela estão. Chegando ao lugar de trabalho, os funcionários labutam incansável e ritmicamente, com seus corpos viciados e acostumados àquilo que fazem, evidenciando como com o tempo aqueles homens se integraram de forma tão extrema aos seus serviços que agora nem parecem mais pessoas, e sim meras máquinas, situação que Charles Chaplin retoma mais a frente em um dos seus filmes[1].
O expressionismo alemão está fortemente presente neste filme. Tomemos Freder como exemplo: sua maquiagem é forte, com sobrancelhas delineadas e pele pálida; seus movimentos são rápidos e suas atitudes dramáticas e efusivas; quando percebe que está apaixonado, Freder põe a mão sobre o peito; e quando fala com alguém, o segura pelos braços e fala como se o que estivesse dizendo fosse a coisa mais importante do mundo. Acredito que esse Expressionismo seja muito útil ao cinema mudo: já que não podemos entender o que está acontecendo pela fala, temos que ler a música e a atuação dos protagonistas. Não que isso seja necessário, pois Chaplin não precisou agir tão efusivamente, mas certamente ajuda e é uma boa característica para a visualização do filme.
Quando Freder está
Uma cena interessante é quando Freder encontra pela primeira vez a máquina M, a mais importante de todas. Freder fica tão impressionado que começa a sofrer alucinações e ver um tipo de esfinge no lugar da máquina M. Essa estátua que ele vê é Moloch, deus mencionado na Bíblia, a quem pessoas sacrificavam seus próprios filhos. Ou seja, os líderes da Metrópole estavam sacrificando pessoas como que adorando as máquinas. Sacrificando humanos para terem algo em troca, no caso o funcionamento da cidade.
Apesar dos operários parecerem mortos, quando se encontravam em reuniões ficavam bem animados. Maria pregava para eles que um dia o Mediador chegaria e acabaria com a injustiça, e que eles deveriam ser pacientes. Esse Mediador que ela diz era aquele que iria mediar entre as mãos e o coração. A frase que inspirava esse movimento era: “O mediador entre as mãos e a cabeça deve ser o coração”. Interessante notar que esse que irá mediar tem um papel de Messias, e aquela que prega chama-se Maria. Não é clara a relação entre os dois?
Durante o filme Maria é trocada por uma réplica robô malvada que instiga a revolução violenta dos trabalhadores. E a atuação de Brigitte Helm, que interpreta Maria, é fantástica. Quando ela dança para os ricos, seus movimentos são de fato estranhos e hipnotizantes. Na verdade, parece-nos que outra atriz tomou o papel de Maria, de tão contrapostas que suas atitudes são.
Quando Freder está desolado por ter perdido Maria, ele vai até um templo com sete estátuas de homens e uma estátua da Morte em um lugar de atenção. Em cima das estátuas dos homens estão escrito nomes como Neid, Zorn e Tragheit, que são pecados capitais escritos
Neste filme também podemos encontrar símbolos discretos que muitas vezes nos passam despercebidos. Vemos que nas portas das casas há pentagramas desenhados, como se fossem uma marca de identificação ou até mesmo nacionalismo. Essa figura possui diversos significados, mas podemos selecionar os mais prováveis para essa situação. Sabemos que Fritz fez associações à Bíblia em outras cenas do filme, então podemos interpretar a figura segundo a cultura de países do Oriente Médio, lugar onde as Escrituras Sagradas foram escritas. Para eles o pentagrama representa o poder imperial que se espalha pelos quatro cantos do mundo, e podia ser usado na frente das casas. Porém não é simplesmente nas portas que podemos encontrar essa figura: quando o robô que iria substituir Maria estava sendo feito, havia um pentagrama de cabeça para baixo na parede atrás dela. Essa figura invertida pode simbolizar o satanismo, mas não acredito que essa foi a intenção de Fritz. Esse símbolo também representa o triunfo da Matéria sobre o Espírito, assunto tratado no filme. Os homens, em especial aqueles do subsolo, não tinham mais alma, e os poderosos não possuíam mais os princípios éticos e morais de antigamente. Agora o que importava era as máquinas, a Matéria.
Esse filme possui uma lição de moral, técnicas cinematográficas e simbologia, o que era incomum naquela época em que a história dos filmes estava apenas começando. A lição que nos é ensinada é que para haver uma sociedade próspera é necessário que aqueles que trabalham manualmente tenham alguma razão própria ou incentivo para aquilo, e os que idealizam a ação precisam de alguém para executá-la. É como as quatro causas ditas por Aristóteles. E para essas causas funcionarem o coração deve ser o mediador entre elas.
[1] CHAPLIN, Charles. Tempos Modernos. Título original: Modern Times. Preto & Branco. Duração: 87 min. Warner, 1936.
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