Ano: 2005
Duracão: 106 min
Diretor: Tim Burton
Música - Danny Elfman
Johnny Deep - Willy Wonka
Freddie Highmore - Charlie Bucket
David Kelly - Vovô Joe
Deep Roy - Oompa-Loompa
NOSSA NOTA: 9,8 TAK
Excepcional no filme: Cenário, modo como foi dirigido e atuação nas personagens, principalmente de Johnny Deep.
Frase marcante: "Candy doesn't have to have a point. That's why it's candy." - Charlie Bucket
"Good morning, starshine; The earth says hello!" - Willy Wonka
"Can you imagine Augustus-flavored, chocolate-coated Gloop? Ew, no one would buy it." - Willy Wonka
"Everything in this room is eatable. Even I am eatable. But that is called cannibalism, my dear children, and is in fact frowned upon in most societies." - Willy Wonka
Análise crítica do filme Charlie and the Chocolate Factory, de Tim Burton.
por Mr. Raccoon
Quando se fala em regravar um clássico do cinema, os fãs sempre ficam apreensivos; mas então, quando descobrem que é Tim Burton quem vai dirigir a obra, eles se acalmam; e quando sabem que Johnny Deep interpretará a personagem principal, Willy Wonka, até se entusiasmam. E isso não se deve ao fato de que Tim é o único capaz de reproduzir um filme antigo, mas sim de que ele não o reproduz: ele desenvolve a história do seu ponto de vista. Burton não tinha como objetivo fazer uma cópia exata do original, mas sim um filme baseado no clássico livro de Road Dahl, que já tinha ido para as telonas em 1971 com o título Willy Wonka & the Chocolate Factory, com Wonka representado pelo excelente Gene Wilder. Interessante que esse título antigo dá mais ênfase a Willy, enquanto o do novo filme o dá a Charlie, o menino pobre que ganha uma excursão pela misteriosa fábrica; mas ao assistir às duas obras, temos a impressão de que o mais recente é o que mais chama atenção no dono da fábrica e no seu passado e infância.
Como sempre, a estética dos filmes de Burton é sempre esplêndida, e em C&CF somos privilegiados ao vermos a visão do diretor sobre as descrições de cenários feitas por Dahl. Fontes de chocolate e um jardim em que tudo é comestível impressionam não só as crianças, mas também os adultos e idosos. E não é só cenário colorido que encanta: o modo como a Londres da época foi retratada é frio, seco e lindo, como nos é abreviado na casa torta de Charlie.
E como se o filme já não tivesse pontos bons o bastante, ele é também um musical; pelo menos pela parte dos Oompa-Loompas, os trabalhadores exóticos da fábrica. As músicas cantadas por eles nos remetem aos Beatles, ao heavy metal e ao rap, cada uma de forma bem diferente e deliciosamente cômica – ainda mais com as danças discretas e divertidas de Deep.
Deep, na verdade, foi o maior mérito do filme, em minha opinião: a cada cena ficamos mais e mais hipnotizados pelo excêntrico e perturbador Willy Wonka, dono da fábrica, que nos encanta com seu cabelo liso, voz suave, pele pálida quase-cinza, seu chapéu e, principalmente, sua personalidade meio irritada e egocêntrica. Algumas dessas características nos levam imediatamente a Michael Jackson, mas Johnny Deep nega que se inspirou nele e afirma que sua atuação foi mais baseada
As crianças também fizeram papéis excelentes, com créditos ao figurino e maquilagem, que tornaram Philip, Julia, Jordan e Annasophia, respectivamente, em Augustus, Veruca, Mike e Violet, estereótipos das crianças mal educadas, mimadas e irritantes. Já Freddie Highmore interpreta o educado, humilde e honesto Charlie, e, devo dizer, de forma excelente; suas expressões faciais conseguem ser cativantes e atrair nosso afeto sem serem irritantes como a maioria das crianças reais. E David Kelly como o vovô Joe consegue desenhar um sorriso na face de qualquer um, com sua simplicidade, inocência, honestidade e aparência frágil. Todos os quatro avôs são encantadores, desde a distraída Georgina até mesmo o impaciente George, e é simplesmente engraçada e trágica a cena em que vemos todos deitados em uma mesma cama tomando sopa de repolho.
Porém, para mim, a melhor seqüência do filme é a dos créditos iniciais, quando nos é apresentada magicamente o interior da fantasiosa fábrica e no final nos deparamos com a distopia londrina, representada pela simples moradia da grande família de Charlie. Burton sempre faz um belo trabalho nos CI’s.
Mas acredito que o segredo de Charlie and the Chocolate Factory foi a intimidade entre Burton e a personagem Willy Wonka, dando excentricidade dupla para o filme; ou melhor, tripla, já que Deep também faz parte. Toda a cantoria, o cenário, as atuações, a direção, tudo contribui para que o resultado seja o mais mágico já atingido pela parceria Burton-Deep.
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